quinta-feira, 23 de abril de 2015
COMPLEMENTO DA ETERNA LEMBRANÇA:
COMPLEMENTO DA ETERNA LEMBRANÇA:
Queimo assim aos pedaços,
corpo tosco de madeira com musgo
vítima de brandos abraços,
deste ar que ainda cuspo.
Derreto-me assim lentamente,
amiúde sobre a brasa incandescente
corpo dilacerado, alma dormente
mas ainda assim, consciente.
Lança-me um adeus de mão em riste
Como naquele Inferno em que partiste
Despede-te do modo como despes
Como deixas cair a roupa sem vida.
Fogueira sem fogo,
e mesmo assim teima
fogueira sem fumo,
e mesmo assim queima
Quando sobrarem as cinzas,
Do meu resto carbonizado
Recolhe-as com pinças
Deita-as ao teu lado.
Neste meu funeral eu divago
como se um dia pudesse partir
para longe do teu afago
como se fosse falso mártir.
Já Joana D´arc não sou,
Ele a mim nada falou
Vítima de bruxa, eu sou
Na fogueira que o falso falou.
ETERNA LEMBRANÇA,
DO MEU FUTURO DE CRIANÇA!
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"Lança-me um adeus de mão em riste
ResponderEliminarComo naquele Inferno em que partiste" Lindíssimos estes versos! :))))))
O poema é um bombom de chocolate negro, doce, grave,uma tristeza que se cola ao palato e vicia!
Beijocas em ti
;) Sempre um prazer ler teus comentários
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