sexta-feira, 15 de abril de 2011

Apenas um Jogo?



Sinto o calor em ti, o odor da tua delicada fragância em mim, a escuridão em nós.
Alargas suavemente o território pré-estabelecido dos lençois, invades carinhosamente a minha parte da cama, num toque, num suspiro, num mermurio.
Finjo que durmo, finjo-me morto. Faz parte do jogo. Tenho presente o pontapé de saída. As tuas unhas nas minhas costas, num ataque timido e dissimulado, o teu murmurar no meu ouvido.
Cedo-te a liberdade de ocupares o meu meio campo, de me marcares com beijos silenciosos.
O prazer de ceder e poder receber em dobro aquilo que desejo, espero um deslize, e salto para o contra ataque.
Finto as tuas defesas inicias, num toque curto, num movimento de corpo, em frente à area. Já estou na area, de calcanhar, teus seios no lugar, pernas abertas, finta de corpo, simulação.  Golo!!
Páro o jogo, somo a pontuação, não me retiro do campo, afundo com pressão.
Que os lençois resvalem sobre nós, que surja o perlongamento e que vá para as grandes penalidades...que o jogo termine numa toada de suor e gemidos, gritos mudos.
Até que o sol nasça e serenamente poder retirar de campo, a taça...





3 comentários:

  1. Há quanto tempo n te lia André e confesso que gostei a sensibilidade erótica q se denota é extraordinária!beijinhos

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  2. Perdoa-me o André ops Rogério!!

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  3. A primeira vez que li este conto amei... e voltei a ler e reler e continuei a amar...

    Hoje, novamente quando li ...amei...e ao reler voltei a amar...

    O teu jogo de palavras...o toque sensual do conto...a delicadeza das palavras e os 'adjectivos' do "jogo"...

    Amei...amo este conto...faz me estremecer e sonhar ;)

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