sexta-feira, 29 de abril de 2011

O delirio de Raind



Cento e cinquenta homens, avançavam obstinados em direcção ao território pantanoso do inimigo.
Nerglund, o vilão de negro e dono das terras pantanosas de WestFalen, capturara a princesa Niria, com o intuito de enfraquecer Nostreus, o Rei do Norte.
Assumindo o seu amor pela princesa, o nobre Raind solicitou ao Rei, que fosse ele o escolhido.
Sem experiencia de guerra, sem táctica, mas com coração de guerreiro, Raindo comandou os seus homens para a contenda final.
E aos avistarem tal batalhão.O inimigo sobreavisado por espiões, o esperava com Turr, filho herdeiro de Nerglund, á cabeça das hostes inimigas.
Lama, pó, poeira. Gritos, flechas, espadas e sangue.
Sem avanços ou recuos, num corpo a corpo demente, durante toda a manhã eles lutaram, e emagaram, e cairam, e venceram e foram vencidos. Sem tactica, numa luta nada tácita, quando Raind se apercebeu, só ele permaneceu vivo.
O cavalo aguentava-se e vendo-se perdido, tentou o recurso, lançou a espada em circulo e aproveitando o temor de seus adversários, agarrou o prémio e retirou-se pela confusão de corpos estropiados no solo.
No terceiro sol de Alvôr, lá na quietude dos montes sopranos, onde o vento fustiga a paisagem, sem dó nem clemência, o cavaleiro extenuado, por longa e penosa caminhada, avista a terceira torre do desejado Castelo.
Por três dias, vagueou. penou, resistiu á sede e fome. Tinha de completar a missão e no seu intimo sabia que tal tinha de ser feito.
O cavalo, tão extenuado como o seu passageiro, tombou a poucos metros dali.
Raind perdera toda a sua legião, todo o seu brio, toda a sua honra.
Enfrentara o tirano de Nerglund e mais uma vez havia perdido.
-"Não devia ter permanecido vivo. Mas alguem tinha de dar conta ao rei, de tão humilhante derrota.Pois que o destino me escolheu para esse fim"
Sem cerimónia alcançado o castelo, cambaleou sem ritmo, até aos pés do sobrenao e sem articular qualquer palavra, soltou o embrulho que trazia, o seu trofeu de derrota.Sem contudo o revelar. Vendo o ar de furia do Rei, proferiu demente:
-Magestade, fui derrotado e meus homens aniquilados. Era por demais evidedente que jamais seria vitorioso.
-Eu bem o senti nobre Raind. Contudo vejo que me trazes algo?
-Verdade, meu sobreno. Trago-vos o conforto. O mais belo tesouro de tal reino.
Descobrindo o embrulho a cabeça de Turr, filho do tirano Nerglund foi revelada e rebolando até aos pés do soberano, foi olhada.
-SE morre a princesa, que lhe morra o filho varão!
E num ultimo suspiro ele tombou, abandonando o mundo dos vivos.


(Um dos primeiros contos do autor)

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