Introdução:
Sentada num banco do jardim, no centro da praça, assim que tudo começou. A jovem casadoira, de anel brilhante no dedo, assistia á presença de um cigano.
Um Ser majestosamente alto e corpulento que apenas de colete de couro aberto, exibia o corpo.
Talvez motivado pelo sol, talvez motivado por um subito mau estar, sentiu as pernas a tremer e sem o perceber estava a suar.
desesperada com o formigueiro que subitamente lhe eclodia no seio, a jovem levantou-se e caminhou apressadamente para casa, pedindo ajuda como forma de calar a sua enfermidade.
ACTO 1
Um cama de ferro, de solteiro, num palco de madeira.
Deitada,de olhos vendados por um lenço de seda, um corpo nu feminino agitava-se ao som de " Ne me Quite pas".
A dois passos dela, dois homens olhavam incredulamente a cena de lado para a plateia.
Um médico e um padre teciam os comentários sobre a enfermidade que acolhia a jovem:
-Pobre dama coitada, tomada de calores e tremores. maldade de um corpo pecador.- Sentenciava o padre
-A ciência tudo explica, meu caro prior. Esta mulher não sofre de dor.
-Que dizeis nobre médico? Pois não olhais o ar de rendição e de dor, desta jovem. Olhai as marcas desse torpôr!
Na cama a jovem contorcia-se num misto de gemido e grito, incendiando as vozes de quem sobre ela advertia:
-A ciência permite o devaneio da alma, o estudo corporis da questão.
-Mas, meu caro médico, isso é maldição.
-Tentação. - Gritava enferma de suores quentes a mulher
-Calai-vos que vosso corpo nos quer falar.
-Achais que o corpo fala, meu bom médico?
-Porque não falaria. o corpo é evidência. È análise!
-Treta.O copro é invólucro emprestado, dado á guarda de uma alma, até ao criador a chamar.
-Meu caro prior, estais equivocado. o corpo é sabor, é dor é revelador!
-Não. É a alma o condutor. è a alma o fio reprodutor.
A mão da jovem vasculhava os recantos escondidos do seu corpo, sob o olhar inquisidor do prior:
-Olhai como ela já perde a razão.
-É ensaio! - Exclamava o médico
-É perdição.-Sentenciava o padre.
-É tesão. - gritava a enferma.
Acto II
Chegava a mãe da jovem aflita, perante os berros, gritos e gemidos, impotente perante o tremor da jovem:
-Tão novinha e casadoira, logo havia de lhe dar doença de moira.
-Que dizeis? - indagava o médico.
-Doença de moira, das Arábias. não vedes o suor em catadupa. o suor arábico.
-Se não visse era estrábico.
-Mulher, não existe doença assim.
-Pois como vos digo, é um frenesim.
-Calai-vos, estou-me a vir. - bradava a Enferma
-A medicina vai intervir! - Cuspia o médico colocando as luvas
-Pobrezinha já delira. - Suspirou o padre
-Respira, maria, respira - Aconselhava a mãe.
Num gesto dramático o médico sobe sobre ela e após um demorado estudo, observa:
-Afinal é coisa de donzela.
-Que dizeis? - Inquire o padre aflito
A jovem solta um ultimo grande suspiro
-Foi devaneio. - Explicou
-Causas-te receio. - A mãe quase em pranto
-Fizes-te do meu tempo recerio. - Bradou o padre.
Envegonhada, ignorando o pau feito do médico, a jovem de rosto tapado saiu, embrulhada nun lençol, que tombou antes das luzes se apagarem...
Foto por: Sara Sa
http://olhares.aeiou.pt/refugio_foto3832849.html
FANTASTICOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!
ResponderEliminarEHEHEHEHEEHEH
RI
E SE RI
LOOOOL
"-É tesão. - gritava a enferma."
"-Calai-vos, estou-me a vir. - bradava a Enferma"
"Respira, maria, respira - Aconselhava a mãe."
"Envegonhada, ignorando o pau feito do médico, a jovem de rosto tapado saiu, embrulhada nun lençol, que tombou antes das luzes se apagarem..." ... e os espectadores RIEM e os espectadores APLAUDEM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
BRAVO!
Mefistus no seu melhor registo.
ResponderEliminarImpagável sorriso na malicia do poeta.
As pequenas peças de teatro são de ti divinas
Ana Moreira.
Que temática já a começar pelo nome BRILHANTESSSSSSSSSSS!!!!!!!!!!!!
ResponderEliminarParabéns !!!
Sucesso ...
Beijos
Susan
:):):):)
ResponderEliminarDelírios numa noite de Verão!!!
ResponderEliminarAh benditas tentações da carne!!! :)