terça-feira, 12 de outubro de 2010

Paixão???

"Nada existe de grandioso sem Paixão." - Hegel 



Como uma doença subita, num gesto irrefletido, ela pensou nele. 
Não de uma forma saudosa, ou respeitosa.
Pensou nele, enquanto garante do prazer que os olhos, a boca e sobretudo o sorriso, provocavam nela.
Sentia-se assim, indefesa a um perfeito estranho, sem brilho ou resistência que a permitisse afastar-se.
Ela ia sendo levada, nas asas do Desejo, na ânsia de saber mais, de querer mais.
E ele não devolvia o olhar, não percebia, não queria?...Tão perto e tão longe...Tão proximo e tão fugaz.
Quem era ele, que num simples olhar transformava o seu corpo em gelatina, o seu coração em ritmo louco e a levava a um estado irracional puro. 
Quem era ele, que a havia derrotado, subjugado sem o saber, e porventura sem o querer.
Sempre as pernas trementes, quando estava na presença dele, os suores frios, o medo de não agradar..
E ele tão seguro de si, tão indiferente, tão...ausente.


Ah....
Este odio de amar e não ser amada
este trauma de querer e não ter
Este não vivêr sem o ver
Esta ânsia de arrasar
O medo constante de o Perder!


Foto: Nuno Faria

5 comentários:

  1. Vim dar aqui a conselho da minha amiga Clarisse, e estou a adorar a sua forma levemente maliciosa de escrever.
    Vou ficar por aqui.

    beijinhos

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  2. O meu grande obrigado, Fê-blue bird.
    Sinta-se em casa!
    Se gosta de contos, posso aconselhar a leitura de a Vã Glória de te Amar!

    Grato pelo comentário!

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  3. E retorce-me o corpo, estas vísceras que me envolvem para poder exercer o amor
    e aquece-me o corpo
    Esta floresta em chama
    negro céu em flama
    sufocante e louco amor.

    E derreto-me eu pequena usina de carbono
    e derreto-me eu perdida no teu olhar "cão-sem-dono"

    E viro cinzas na indiferença de tua mão.
    e Viro cinzas, cinzas de meu fogo, que consumiu,
    escuridão...

    E derrete-me o corpo, sou sombra em luz, dissolução...

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  4. E a paixão no consumo de um translucido acto, e o formigueiro num nobre devaneio de um desfalecimento da razão, que o coração, apenas ele entende.
    A grandiosidade da paixão num comentário poema, lindissimo, arrebatador e encantador.
    Muito bom em te ter por aqui, preciosa Lyra!

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  5. Mui grata pelo preciosa. Mas, se poder ser apenas uma Lira, já basta-me para fazer-me feliz.
    BEIJO.

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