segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Damos graças, pois então!


Ah, languido olhar desse teu desejar
Ah, suave ponte do meu marejar
coisa vivida no oceano de mim
caule seco desse teu imenso jardim

Ah, quietude de uma alma que trova
Ah, solavanco de uma cara de sova
Falhou o sábio desse amor, deste torpor
Falhou a mente nesse grande dissabor

Tulipas colhidas no prado Holandês
Perguntas perdidas nas terras dos Porquês
E no entanto, oh diva toda esta pequenês
que tendes em mim,neste sonho de ser letrado!

Torre de Babel em manto de papel
folhas perdidas,manuscrito de bordel
querer ser Icaro nos teus sonhos
Personagem de teus sonhos medonhos

Glória de me veres postrado,
pela vida mal amanhado
contra a Chama ensaguentado
ser o verme, no chão pisado

Ansia vil em partes paridas
alma nobre em vozes sofrdidas
Nem génio nem louco, apenas besouro
No teu colo suave, onde guardas tesouro

Ser capela em fé dominante
Ser cruz,na capa do Bispo
Demente, falso tratante
Sou como dizes, Ignorante!

Damos graças, pois então! 

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