sexta-feira, 22 de abril de 2011

Infidelius - Capitulo 1 (parte 3)



"Se existe um Deus maior que eu,

(que acredito que seja a força bela de todas as coisas
e o principio onde o Amor nasceu),
então, este medo punitivo não faria sentido algum..."
 Inês Dunas
Deitada na cama de jeans e tee shirt Marisa encontrava-se rendida aos seus pensamentos e ao que pudera ter corrido mal no prévio plano de fuga.
Antes de conhecer Caio, nunca colocara a hipótese de fugir dali. Achava que era seu destino ser o garante do bem estar e felicidade da mãe e se para isso tivesse de partilhar o corpo com Nicolas, o padrasto preverso, então paciência.
Filha de mãe solteira, colocada porta fora pela familia, Marisa agradeceu a força de vontade e coragem da mãe em subsistir e em lhe oferecer as melhores condições de vida possivel.
Toda a sua infância foi passada apenas na companhia da mãe, saltando de motel para motel, há medida que o dinheiro ia acabando e/ou que ela fosse despedida.
Incrível as coisas que nos ficam na memória, quando somos crianças, pensou ao relembrar o quanto a sua mãe se rebaixava para lhe ir garantindo o sustento. Recordava-se há alguns anos em Leiria, após o jantar a mãe ter-lhe dito que esperava a visita de um senhor importante, do banco, que ia avaliar um empréstimo para que pudessem aguentar mais um ano num T2 alugado no centro.
Era a primeira vez que tinham um visita em casa, apesar de já terem estado em três localidades diferentes e apesar dela a ter mandado para a cama, com a promessa de não interromper ou se manifestar, a sua curiosidade me conhecer tão distinto homem era enorme.
Quando sentiu a campainha, aguardou o tempo suficiente para que a pessoa pudesse chegar à porta e entrar e dando a si mesma cerca de dez minutos avançou silenciosamente até à quina da parede com vista para a pequena sala. O corredor era em madeira, o que lhe dificultava os passos, com medo do barulho, foi avançando timidamente e se o som das vozes ja era nitido, ainda não tinha angulo visual.
Na sala o som da chávena de café, o barulho da colher de metal a rodar no tique tique proveniente da chávena, anunciava-lhe que a conversa surgiria em breve.
De joelhos, aproveitando o ocultamento que o candeeiro da sala lhe dava da cara da mãe, estudou a visita. Era um senhor de meia idade, bem apresentado, de casaco azul marinho clássico e uma discreta gravata cinzenta.
O sujeito permanecia rigido, tenso e as mãos descreviam os seus sentimentos:
-Deixe que lhe diga Dona Marlene que não é habitual este tipo de procedimento.
-Eu entendo, senhor Ferreira, mas a verdade é que não podia faltar ao trabalho para tratar disto, apesar de reconhecer a importância de conseguir este empréstimo.
-Sabe dona Marlene, a minha vinda cá não é de facto de cortesia. A política do banco neste tipo de casos é severa e não posso de facto anuir a um empréstimo nas condições que me apresentou.
Um longo silencio instalou-se na sala enquanto o sujeito de meia idade ia tirando e consultando uns papeis. Marisa reparou nos sapatos brilhantes do sujeito e tal distracção ia-lhe custando ser apanhada de surpresa pela mãe , que ocupara o lugar vago perto dele:
-Repare senhor Ferreira, eu sei que não é uma situação fácil de analisar, mas pedi-lhe para vir cá pois confio no seu bom senso e na sua capacidade de raciocínio.
Marisa notou a mão direita da mãe pousada sobre a perna do senhor, contudo o sujeito pareceu não estranhar:
-Sabe que sou apenas um funcionário da instituição a que pertenço, não posso de facto ir contra os meus superiores, e fazer uma avaliação ao calhas...
-Claro senhor Ferreira, eu estou disponivel para que avalie tudo direitinho.
Do sitio onde Marisa se encontrava apenas via o senhor e a mão da mãe, nada mais e mesmo isso já a perturbava, ao ver a mão dela subir e pousar em cima do colo dele.
-Mas este montante que pede, para esta avaliação não me parece satisfatório..
-Olhe que é bem razoável. Estou certa de que achará um acordo justo.
-Mas não possui nada em troca para hipoteca, nem credores...
-Mas possuo um ordenado fixe desse valor do recibo e entenda eu sou sozinha, pelo que as despesas serão minimas.
Distraída pelo sorriso do homem, Marisa não viu a mão da progenitora abrir o fecho das calças e desaparecer no interior. Quando olhou, ia berrar assustada ao ver algo fálico e enorme, surgir das calças do sujeito.
Marisa ficou absorta naquela imagem, perfeitamente baralhada. Aquilo não podia ser o que pensava, pois já havia visto em colegas na primária(Marisa descobrira um dia que certos colegas optavam por ir urinar nos arbustros que no WC de forma a serem rapidos para continuar a jogar futebol no recreio e um dia escondera-se lá para os ver) e ela não sabia o que na verdade era.
Mas a mãe parecia saber, pois agarrava-o com agilidade e parecia-lhe estar a bater nele com palmadas?
O que a chamou a atenção foi a face do sujeito. Um rosto de alegria e jubilo que ela não conseguia entender:
-Sabe dona Marlene que para mim, o acordo verbal tambem é importante.
-Acordo verbal?
-O uso da boca em certas formalidades.
Marisa não percebia nada da conversa e após uns segundos em que a mão da mãe largara aquilo, ela voltou a pegá-lo, e para espanto dela, viu a boca da mãe a cair sobre ele e isso baralhou-a e chocou-a que lançando ainda um novo olhar, optou por se refugiar na cama, sem saber o que pensar.
Quando a mãe chegou ao quarto para se deitar, ela não se conteve:
-Correu bem mamã?
-Ainda estás acordada pequena sereia?
-Sim, estava sem sono.
-Sim correu bem Marisa. Acho que o banco nos concederá o empréstimo.
Vendo a filha calada, desabafou:
-Nada é mais asqueroso que estar nas mãos de homens sujos.
-Sim mamã! - Respondeu ela prontamente para espanto de Marlene.
Mal ela sabia que seis anos depois, a filha estava na mesma situação e que tal como ela fizera para garantir a casa onde viveram cinco anos, tambem ela foi forçada a conhecer e a provar o mesmo corpo estranho que tanto a assustara, sendo este ultimo do homem que a mãe amava,
O amor é um conceito tão lato!
Caio disse que a amava, que queria fugir com ela, para um Mundo sem castigos, sem padrastos, sem perseguições, sem...maldições. Só os dois, sozinhos a enfrentar o Mundo. Ele seria o seu anjo luz e ela a sua seguidora. Derrotariam as mentes normais, usurpariam os poderes de seres banais.
Iam acabar  o medo de passos ao meio da noite, as mãos nela enquanto a mãe dormia, os banhos de sémen nos seios, na cara e sob os boxers masculinos que usava como pijama. Acabava igualmente a perseguição na escola por parte dos colegas que a desprezavam e os comentários sarcásticos.
No fundo ia ser feliz.
Mas tal fuga tinha de ser feita naquele dia. Na véspera de seu aniversário, pois de acordo com promessa de Nicolas, ele iria estrear algo com ela (Como se ela ainda tivesse algo para estrear) e ela não queria lhe dar essa derradeira humilhação.Assim que fugia e apagava todos os seus problemas, voltando aos 18 para acertar contas.
Mas ao contrário do prometido, Caio não apareceu e agora ela livrara-se do telemóvel (para não ser descoberta), e o pior, formatara o disco rigido do Toshiba, apagando todos os filmes que o padrasto a obrigava ver com ele, sentada nua no seu colo. E assim que ele visse o que ela tinha feito, ele iria castigá-la.
resignada, olhou para o relógio digital da aparelhagem e vendo que a hora de regresso do padrasto se aproximava, encolheu os ombros, abrindo pacientemente o cinto
, abrindo o fecho das calças, livrando-se das botas e posteriormente das calças. De seguida tirou a tee shirt, tirou o sutia e voltou a vestir a tee shirt, após apertar com força os mamilos. Duros como ele gosta!.Abrindo um pouco as pernas esperou que ele chegasse, soltando as ultimas lágrimas de dor.
Caio,Caio porque me abandonas-te?


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