quarta-feira, 27 de abril de 2011

Inuendo


Passo a mão no lugar imaculado
ao meu lado, na cama, abandonado
o incerto tom do lençol vazio
o teu lugar fica agora frio.

Solicitude de noite fria, gelada
a ausência do teu abraço
o calor em mim de teu braço
não é mais que uma recordação

Solidão presente em mim,
consciência de ti ausente
tudo o que o Presente me tirou
tudo o que o que em mim ficou.

Longamente totalmente acordado
em nosso ex-altar sagrado
onde não havia questões
apenas boas sensações!

só e tão só, em pijama enrugado
memória desses dias de verão
em que a vida contigo, era tesão
Sem qualquer falso cuidado.

O silêncio do quarto fala-me de ti
de tudo o que eu agora perdi
dos risos, dos beijos, dos segredos
das memórias, de histórias e enredos.

Gesto vago num aceno de cabeça
nada que a na minha vida permaneça
a quietude como algo importante
na solidão agora delirante.

Já não sei de novo caminhar
já não sei de novo sonhar
perdi nestas entrelinhas da vida
o meu suave poetar!

brilho em mim que se diluiu
atitude de quem só te feriu
irresponsável no afeto
numa vida a dois sem teto.

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