quarta-feira, 4 de maio de 2011

Infidelius - Capitulo 3 (parte 3)


"Há uma miragem nos teus olhos que me faz acreditar
que o impossível é apenas uma palavra triste...
Que existe no coração de quem nunca conheceu
a plenitude de uma caricia suave." - Inês DunasCírculo Perfeito"
http://emjeitodeescritaportugal.wordpress.com/2011/03/17/circulo-perfeito-de-ines-dunas/

O sono perdia-se em névoas de um cinzento triste, afastado por brisas de ansiedade,que sussurravam dos lábios entreabertos de Caio, como um suspiro. Num ar de prazer, Caio recordou que estava apenas a dois dias de fugir sem destino traçado com Marisa.
Se encontrara um ser perfeito e capaz de ser alvo de todo o seu amor, esse amor residia no coração de pedra de uma pequena miuda de aspecto estranho e melancólicamente anti-social.
Caio recordava que enquanto a hora da aula ia-se naturalmente extinguindo, (na lei imutàvel dos ponteiros do relógio que definem o caminhar da humanidade), ele ia descobrindo em cada frase, em cada rima, em cada fio de pensamento lavrado a tinta negra, os anseios, os sonhos e a competência de Marisa, na escrita de versos, que calculava ele serem um projecto de letras de musica,pois estavam em inglês e a simetria da construção era usualmente entrecortada por um refrão.
Curiosamente o caderno preto de Marisa, que Caio obtivera através do Peste, era a unica Pista , do que ia na cabeça de quem já lhe havia roubado o coração.
A presença de Marisa no seu espírito, na sua mente, na sua alma era constante e cada vez mais ganhava contornos mais nítidos, aos seus olhos. Era como uma infecção, em que uma bactéria inteligente,  se entranhara no seu interior, aproveitando a sua desatenção para com os seus movimentos macios, encontrara livre acesso ao seu íntimo e refastelada, essa poderosa bactéria, ia-se expendindo dentro dele, comandando-o e controlando-o.
Caio iniciara a maratona de horas perdidas a pensar em Marisa, a sonhar com ela, a desejar saber mais dea. Por mais planos que tivesse elaborado, por mais cuidados que tivesse-se imaginado, sabia-o agora que difícelmente teria impedido essa invasão de uma sensação ùnica,em si.
Encostado na parede branca, à porta da biblioteca, hesitava entre entrar e esperar que a dona dele o viesse reavêr, ou alimentar uma desculpa e conservar por mais algumas horas o caderno, de forma a poder ter uma melhor percepção do seu conteudo. Mas seria só a vontade de manter o caderno ou no fundo ele receava o reencontro com ela?
Passando a mão no cabelo, concordou consigo mesmo que era um pouco mais que isso. No fundo, ele tinha algum receio do modo como ela pudesse reagir. Afinal naquele mesmo local, ela havia espetado um bico do lápis no seu joelho, sem qualquer razão que o justificasse!
E se Peste tivesse falado, que fôra ele quem lhe encomendara o serviço?
Reagindo a um impulso, sacou do bolso o telemóvel Erikson e confirmou a hora no visôr.Dispunha ainda de 34 minutos.Dava tempo!
Tomada a decisão, foi rápido a dirigir-se para as escadas e a alcançar a papelaria da escola e tentando regular a respiração, solicitou cópias do caderno.

Caio abriu um olho e espreguiçou-se, não conseguia adormecer e sorrindo lentamente, levantou-se e abrindo a gaveta da secretária pegou nas cópias que pedira na papelaria e voltou a lêr silenciosamente, enquanto a sua mente fixava o momento em que Marisa entrara na biblioteca a fim de recuperar o seu caderno.
Surgira de cabeça levantada, olhar confiante, com a mochila suspensa, apenas por uma alça, no ombro direito e para motivar um desconforto em Caio, o lápis castanho em riste na mão esquerda.Vem armada! - pensou.
Sem exibir qualquer sorriso, ou sequer olhar na sua direcção, ela aproximou-se da mesa onde ele se encontrava sentado,(devido às ultimas circunstâncias desagradáveis na biblioteca e de forma a evitar nova expulsão ele optara por umas mesas do fundo, cujas estantes de livros à frente, tapavam o ângulo de visão da bibliotecária).
Não o saudou, não o cumprimentou e não o olhou directamente. Limitou-se a sentar perto dele, de lápis na mão e a perguntar:
-Onde está?
-Em segurança.- Respondeu a sorrir.
-Eu quero-o! - A voz dela era fria e cortante.
-Claro que o queres.Ele é teu!
Marisa ficou uns segundos calada, pensativa. Depois vendo que ele não reagia, encolheu os ombros e inquiriu no mesmo tom de voz:
-Muito bem e o que queres em troca?
-Agora sim, estamos a entendermo-nos...-Caio resolveu arriscar.
-Para tudo existe um preço.Desconheço como ele foi parar às tuas mãos e ainda não acredito que alguem o possa ter tirado.Neste momento reavêr esse caderno é a prioridade.
-É assim tão importante?
Marisa olhou para ele pela primeira vez desde que entrara e Caio arrependeu-se desse olhar. Era frio e impenetrável:
-A importância de qualquer coisa é relativo. Por exemplo, para os Católicos Portugueses, o dia 25 de Dezembro é de extrema importância, e no entanto aqui ao lado na vizinha Espanha, essa data não assume qualquer destaque significativo. Então nos Países Muçulumanos não tem qualquer importância. Para mim esse caderno é importante porque é meu e já basta de coisas minhas nãos mãos dos outros. - Ela calou-se notando que falara demais.
Como que a digerir o argumento que ela usara, meditou uns segundos e depois de alguma ponderação, articulou:
-Sabes, não é de bom tom numa relação negocial, valorizares o objecto que pretendes adquirir. Podes influênciar a subida do prêço do mesmo.
Ela hesitou por uns instantes, atirando um olhar desconfiada á estante diante de si e de seguida, pousou o seu olhar na unica mesa ocupada na biblioteca, com duas raparigas do 9º ano de costas para eles. De seguida encarou-o com atenção. Ele usava uma camisola amarela Paul & Shark, pelo que dificílmente iria querer dinheiro e umas calças de ganga, com ar de serem novas. Ostensivamente reparou que ele se mantinha sentado de pernas abertas, talvez para facilitar uma via negocial.
Marisa permaneceu imóvel e apesar de reconhecer que ele fôra intelgente na escolha da mêsa, concluia que havia sido infeliz na escolha do local.
Habituara-se a nada esperar de significativo do sexo oposto e o seu padrasto sempre lhe dera razão à sua desconfiança. Por outro lado, sabia que este Mundo era um Mundo de sistema de troca, onde tudo era negociável e onde tudo tinha o seu preço.
Com algum nervosismo ela concluiu que não poderia nunca dar aquilo que ele parecia querer. Estavam num biblioteca da escola e se ela fosse vitima de novo escândalo, perderia de vez a confiança da sua mãe e pior cairia ainda mais nas garras de Nicolas.Tivessse sido à algum tempo atrás e ela não colocaria qualquer objecção em arriscar, mas agora não o faria.
Caio ficou calado por uns instantes, perfeitamente alarmado pelo subito silêncio da parte dela. De acordo com o perfil que traçara de Marisa, esperava uma resposta rápida e frontal ou qualquer tentativa de ameaça. Ao invés, ela mantinha o olhar na mesa ocupada, perto deles.
Aproximando-se do ouvido dele, convidou:
-Quero vêr o caderno!
-Com certeza, estás no teu direito!
Soltando os elásticos da capa A4 á sua frente,abriu-a exibindo a capa preta do caderno:
- Fico feliz em saber que ele está intacto.
-Garanto-te que não sofreu qualquer dano.
-Como soubes-te que era meu?
-Como te disse, comentou-se por aí! Limitei-me a ir buscá-lo!
Marisa manteve o olhar compenetrado na mesa perto deles, enquanto que de repente Caio sentiu a mão quente dela, reprimiu a tentação de pousar a mão dele sobre a dela e foi com espanto que a ouviu indagar:
-Que pretendes em troca?
-Garanto-te que serei razoável no pedido!- Horas depois Caio iria se arrepender desta frase.
Silnciosamente, sem exprimir a minima ponta de alegria ou tristeza, Marisa subiu a mão, pousando-a inicialmente sobre o fecho metálico das calças de ganga para posteriormente avançar um pouco com a mão até ao lado direito e sentindo o corpo hirto do membro dele a ganhar forma e ascensão sob as calças apertou-o vigorosamente, para num tom de voz frio e cortante, responder:
-Não te posso dar o que pretendes. Não aqui!

Recuperando o seu lugar na cama, ansioso por um pouco de sono, Caio recordou que tudo havia corrido mal nesse encontro, uma vez mais. Ele apenas pretendia passar algum tempo com quem já ocupava horas na sua cabeça, pretendia sentir o perfume dela, gravar na mente a sua voz, mas tudo o que conseguira fôra passar a imagem de um tarado, àvido de ser resarcido pelo feito de reavêr o seu caderno.Tudo porque sendo ele virgem e sentindo o toque dela na sua perna, era natural que o seu corpo se manifestasse.
Acenando negativamente a cabeça, Caio virou-se para o lado, deitado na cama, e recordou com algum pesar a continuação do encontro:
-Como sabes o que eu pretendo?- Respondeu em voz baixa.
-Porque és homem e todos os homens são assim.- respondeu ela secamente.
-Estás enganada.
-Estarei?
A mão dela mantinha-se fechada sob o membro dele. capturado sobre as calças de ganga. Marisa aprendera com o padrasto, não só a agarrar o membro masculino sob as calças, mantendo-o cativo, entalado entre o polegar e o indicador, como a tacteá-lo delicadamente em toda a sua extensão,de forma a deixá-lo crescer,massajando-o lentamente com o indicador e o anelar em V.
Claro que ele não queria aquilo. Claro que ele não pretendia que ela fizesse algo, mas sendo assim, porque aquilo continuava a crescêr? :
-Ouve, tudo o qu quero é o teu email ou numero de telefone. - Esclarecia ele quase sem fôlego.
subitamente ela parou:
-Para que queres o meu numero de telefone?
-Porque somos amigos!
Disfarçadamente ela olhou quer na direcção da posição da bibliotecária, quer na direcção da mesa ocupada à sua frente e vendo que ninguem parecia reparar, deu um forte apertão, seguido de puxão ao membro , sobre as calças.
Curiosamente toda esta tensão na biblioteca e a reacção aparvalhada dele a tinham excitado. Ela estava à espera que ele fosse um completo tarado em busca de algum gozo, mas ao invés reparara que ele era um tonto com um excelente instrumento.
-Pára a sério. Só quero o teu numero....Olha pega o caderno!
-Ora, foste um querido e estou a agradecer-te....
Caio ficara surpreso com as hábeis e àgeis mãos dela que mesmo numa biblioteca, mesmo colocada de lado, o mexia e tocava e com alguma surpresa sentira que aos dedos da mão dela já haviam transposto a fronteira delimitada pelo fexo metálico e estava agora a tirá-lo para fora.
Em pânico, Caio sabia que a biblioteca da escola não possuia cameras de video ( a direcção da escola optara por uma solução mais barata, com o recurso a alarmes colocados à saida), e nervosamente avaliou a sua situação. Estava na biblioteca da escola, com o membro erecto e na companhia de uma jovem nada recomendável. para piorar a situação, ela havia soltado o monstro,inibindo-o, impedindo-o de reagir. Claro que se alguem reparasse ele poderia dizer que fôra ela, mas quem acreditaria nele? Corria o risco de ser pela segunda vez consecutiva expulso da biblioteca. Mas quem é que é expulso duas vezes de uma biblioteca?
Nervosamente ele olhava para ela, mas ela mantinha-se compenetrada em obervar a mesa perto deles. Agia como se ele não existisse, como se não houvesse nada de anormal e no entanto a sua mão trabalhava eficazmente sobre o seu pénis.
-Por favor, não me faças isto!- Implorou.
-Quem foi?
-Ah?
-Quem tirou o meu caderno?
-Não faço ideia...- Caio fazia um esforço para se controlar.
-Muito bem,continuamos!
Marisa sentia as veias já salientes no pénis dele e reparara na sua respiração ofegante. Pela experiência que tinha com o padrasto significava que ele iria ejacular a qualquer momento:
-Fui eu....Fui eu que paguei ao Peste para te roubar o caderno. Queria falar contigo.- Confessou
De subito ela parou, sacudiu as mão como para se aliviar de qualquer imundice encarando-o com relutância, indagou:
-Consegues-te mexer?
-Acho que se me mexêr...
-Optimo.
Para espanto dele , ela virou-se e beijou-o demoradamente na boca. Depois pegou no caderno e disse:
-A verdade liberta-te, irmão!
De seguida deu uma palmda no colo dele, motivando uma inesperada descarga de sémen.
Foi a primeira vez que a viu a rir, enquanto se dirigia para a porta de saida e ele encolhido, vermelho e nervoso, amaldiçoou-a em pensamento.



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