Há tertulias primaveris
Nos vários solestícios de Verão,
palavras soltas nos murmurios quentes
Frases beijadas nos constantes sopros
Ah, Alma nobre em gestos carentes.
Há cheiros de erva verde regada
rasgos de Tomilho e Hortelã
Há sorrisos sinceros na dona prendada
Há risos e sorrisos da jovem cortesã
Ah, carência efectiva de permeio.
Há caminhares vagos em solo fresco
passos perdidos na rendição de um ribeiro
Há pastores e camponeses no activo
Há cantares ao desafio, aqui onde vivo.
Ah, as gotas de vinho do Verão!
Há broa de centeio a arrefecer no palheiro
Há solo arado com pouco dinheiro
Há crianças que correm descalças
Há bebés que brincam sem fraldas
Ah, a inocência deste Agosto.
Mas ouço dizer amiúde, embora não acredite
Que lá nas terras do fundo, perto de Africa
Há gente de papo para o ar, na praia
Onde outrora se falava Português,
Agora só inglês, e arranham Francês.
Lá na terra a quem deram mais um L
Há uma vontade de soletrar ALLgarve...
Há cada louco em tempo de crise!
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