terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Lollypop - Ou as sementes do desejo



Carregas em ti o meu manto de ilusão
Idade que se extingue e se perde,
na ilicitude do devir,da imensidaõ
de quem te viu, pérfida lolita

Os anos tornearam a minha vivência
o destino me trouxe outra carência
Violino sem cordas para afagar
Cetim e mármore no meu divagar

És a essência do vil  pecado
És a filha do ventre do diabo
A prova do velho que sou
na imagem que para sempre guardei

Era esse tempo ainda jovem,
de mãos dadas no passado
Que o presente distorceu
e o longo Futuro esqueceu

Hoje, memória dos beijos perdidos
dos lírios nos campos esquecidos
Mártir de ter vivido essa ilusão
que o tempo matou a tesão.

O corpo doi, no sonho que me cansa
Eras ainda os lábios de fogo
a fino corpo de engodo
eras como eu, ainda criança.

Hoje já com enorme pança
vejo no que o presente te tornou
mulher de luta, sem veios de criança
Mulher adulta que outro homem levou.

1 comentário:

  1. Um verdadeiro bombom! Doce, nostalgico quase a roçar o inocente e ao mesmo tempo sedutor! Como se quer uma lolita!
    Ler-te é sempre delicioso!
    E agora q estou proibida de comer chocolates é uma alternativa maravilhosa!
    Gosto de ti aos montinhos!!
    Beijinho em ti!
    Inês

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