terça-feira, 10 de maio de 2011

Infidelius - Capitulo 4 (parte 1)


"Há uma mágoa que me atravessa como água,
preenchendo os espaços todos...
Não quero passar por aquilo outra vez,
mas talvez o sofrimento se queira passear por mim..."

Inês Dunas, http://emjeitodeescritaportugal.wordpress.com/2011/04/21/a-fabula-da-bela-adormecida-e-da-cobra-de-ines-dunas/

No dia da falhada fuga, Marisa mantinha-se deitada, sem calças e envergando os seus boxers masculinos, esperando pelo regresso de Nicolas e pelo inicio do seu ritual de todas as tardes.
Durante dois dias sonhara escapulir-se de mansinho da casa, rumando ao desconhecido na companhia de Caio.
Ele havia a conquistado, com o seu jeito tímido e profundamente conservador, levando-a a fazer crêr, que pelo menos um de todos os rapazes que conhecera, era sincero e meigo o suficiente para que nele, ela depositasse a crença que tudo poderia ser diferente.
Havia no entanto razoáveis diferenças entre os dois, quer de atitude, quer de comportamento.
Perante a  indiferença de Marisa pelo rumo da sua vida, ele apresentava uma genuína preocupação, pelo comportamento de Nicolas e à convicção de Marisa em se oferecer silenciosa, para salvaguardar a relação da mãe, ele apresentava o argumento da Comissão de Protecção a Menores, como forma de evitar que os abusos continuassem.
No entanto ela mantinha-se inflexível em relatar esses acontecimentos a quem quer que fosse. Mesmo a ele não lhe contara tudo, omitindo deliberadamente certas partes. Só eu preciso de  recordar!
De mãos cruzadas sob a barriga, Marisa sorriu ao de leve e acenando a cabeça, voltou a colocá-las junto ao seu tronco. Sentia-se como uma paciente antes de uma operação e de certa forma, a analogia fazia para ela todo o sentido. Não passava de um bocado de carne, de um brinquedo nas mãos de Nicolas. Como se elea tivesse de ser operada de urgência e depositasse na sua perícia toda a sua vida.
Respirando fundo, voltou a consultar o relógio na aparelhagem Sony e constatou, para sua surpresa que o seu padrasto estava atrasado. Ele sempre chegava pontualmente ás 5 da tarde, não só para a controlar como para ter mais tempo para ela, como ele anunciava.
Por uma fracção de segundos ela sorriu. Talvez hoje nada acontecesse. O que não deixava de ser irónico. Era a véspera do seu aniversário e sabia que Nicolas estava ansiosamente á espera da data. pois segundo ele, iria dar-lhe uma grande satisfação.
Hoje, teóricamente seria o aperitivo! Na verdade ela não guardava um especial rancôr a Nicolas.
No fundo ela sentia-se de alguma forma culpada de toda aquela situação. Ela tinha a certeza que havia sido a sua conduta a despoletar o pior dele. Se ao menos ela tivesse sido forte e gélida com ele no inicio como era agora com Caio!
O mais irónico de tudo e aquilo que mais a fez aproximar de Nicolas, foi o à vontade com que ele abordava os seus assuntos, como se de alguma forma os conhecesse na plenitude. Foi o seu ombro de mágoa, quando toda a polémica do video surgiu e mostrava-se realmente empenhado em minimizar os efeitos do seu erro junto de Marlene.
Pouco a pouco e sem dar grande conta sussurravam em segredo pela casa, partilhavam coisas dela que nunca havia partilhado com a mãe e  recordava-se perfeitamente o ar de estupefacção quando pela porta do quarto entreaberta o viu a fazer amor com a sua mãe.
Havia sido na verdade uma das poucas vezes que ela ficara sem reacção e de alguma forma, tivera quase a certeza que ele a vira, especada junto á porta. Se ao menos ela tivesse se refugiado no seu quarto!
Mas não, tudo o que ela fez foi ir á cozinha, encher um copo de Coca-Cola e e sentada na banca da cozinha, bebe-lo em tragos curtos, como se tivesse receio de se engasgar.
A noite era quente e acordara suada e com sede, mas ao invés de primeiro ir beber, optou por atravessar o corredor e dirigir-se ao WC. Depois de alguns minutos a vê-lo em pé nu. de costas, no meio das pernas abertas da mãe, com a cintura em movimentos curtos e o gemido abafado pela almofada, da mãe, Marisa desorientou-se. Parva, só  tinhas de te vir embora!
De camisa de alças e calcinha, sem sutiã ela viu-o chegar em cuecas azuis justas, e sorriu-lhe como a pedir desculpa do que havia presenciado  ele retribuindo-lhe o sorriso, abriu a porta do frigorífico, exibindo perante o feixe de luz amarela do electrodoméstico, o volume do seu sexo nas cuecas.
Ela sabia que não devia sequer ter olhado na sua direcção, mas a curiosidade, o querer ver foi mais forte e não resistiu. Tremeu ao vê-lo aproximar de si:
-Estás sem sono, anjo? - indagou num sussurro.
-Sim. Está calor, não consigo dormir. - Justificou-se de olhos nas cuecas.
-Mas se não descansares, amanhã estás mole...
A mão dele ao de leve no seu ombro, as goticulas de suor a escorrerem-lhe no peito e ...Ele estava em frente dela. Instintivamente abrira as pernas, sentada na banca e ele havia tomado o espaço à sua frente. Porque não se levantara quando ele entrou?:
-Não estou nada. Eu sou rija! - Desculpou-se num sussurro
-Sim, isso é verdade. Rija e firme.
De subito estremeceu ao perceber que ele a olhava de um modo estranho. Era um olhar diferente do que já lhe vira e parecia absorto na sua camisa.Ao baixar o olhar, ele segou-lhe levemente no queixo,levantando-o de forma a o encarar:
-Gostas-te do que viste no quarto?
Meu Deus, então ele sempre a vira, não podia mentir:
-Não sei...
-Claro que sabes.
Sem saber como , percebeu que os dedos das mãos deles estavam nos seus mamilos. Como ele fôira capaz? Ia gritar, ia afasta-lo, mas....Porque não reagia ela?
Limitou-se a virar a cara e então percebeu que algo havia saído das cuecas, e encostava impaciente nas suas calcinhas.
Meu Deus não....Mãe!! Mas a voz não lhe saía, e os labios dele beijavam-lhe os mamilos....Mãe!!:
-Anda, vou-te levar á cama.
-Não quero.
-Tens de dormir princeza!
aquilo duro nas cuecas, a espreitá-la, o seu sorriso, o seu cheiro no seu corpo....Que nojo!
-Não quero ir para a cama, preciso de ir WC.
-Deixa ver...
Inexplicávelmente ele afastou a borda da calcinha, vendo pela primeira vez o seu sexo e aproximando-se dela, vendo ue ela principiava a chorar disse:
-Ouve Marisa, sabes que sou teu amigo e prometi cuidar e ti, e vou fazê-lo. A tua mãe precisa de mim e tu tambem, de certo que entendes.
-Sim. - concordou a custo.
-Agora podes não gostar destes jogos, mas eu preciso de ti, entendes?
-Sim. (na verdade ela não entendia nada!)
-Mas se tu contares à tua mãe ela vai ficar magoada comigo e contigo. Não queres isso pois não?
Ela hesitou, olhou ao de leve para a porta e por momentos pareceu suplicar que a mãe surgisse e se zangasse com ela e lhe batêsse, mas queria que aquilo acabasse.Porque ela não foi para o quarto?
De súbito ele beijou-a fortemente e então ela sentiu algo...algo molhado lhe escorria nas pernas e não era suor.Olhou incrédula e viu que vinha dele. Que merda é esta?
Com o susto afastou-o repentinamente, saltou para o chão e tentou com as mãos apagar aquilo. Seria urina?
Ele sorriu e percebendo a desorientação dela disse:
-Agora tens o meu sémen em teu corpo.Vais ver que te habituarás!
Ela virou costas e correu a chorar para o quarto, desejando um banho.

Marisa olhou pela ultima vez para o relógio, quando a fechadura da porta deu sinal.
Ele havia chegado, por fim!

1 comentário:

  1. Perfeitamente contraditório, com um alto indice de perversidade que segura desde logo o leitor nas primeiras linhas.
    O modo como a ação de desenrola na cozinha,o à vontade dela inicial, a amargura final.
    Captas em toda o episódio a jovem inconsciente que quer ser mulher.
    Como mulher compreendo este teu lado de vista, mas creio que a força da tua escrita reside na imoralidade e perversão, que contudo cimentas dentro de um contexto tão coerente que é impossível não gostar.
    Completamente viciada neste teu novo trabalho.
    Surpreendes-me sempre e sempre e sempre.
    O incrível é que se fosse assinado por um qualquer escritor da nossa praça, seria falado, votado,comentado, mas tambem tu terás o teu reconhecimento, eu acredito que sim.
    Não mudes.

    ALR

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