Cai a nota da letra cigana
Num dedilhar amargurado
Sob a fogueira em fogo dado
Num acorde a tão nobre dama.
No frio do solesticio em mim
Acorde tocado, poema cantado
Que a ti embalo, dama de marfim
na noite de coração apaixonado.
Rogo que a noite plena, verdadeira
não ouse calar os meus intentos
de uma serenata certeira
Sob as chamas, meus olhos atentos
Teu corpo é uma cândida cipreste
teu olhar é uma loucura agreste
Queimas numa voz encantada
Choras a verdade calada.
Toco de permeio, só para te ouvir
num ritmo morno, para te fazer sorrir
ser preenchido pelo teu encanto
ter nos dedos a razão do teu pranto.
Olhai como te moves, sob a nossa paixão
como em unissono, o fogo e eu te tomamos
dedilhar de forte e louca fantasia
Nesse teu corpo perfeito....Heresia!
Num fim do toque ultimo e perfeito
o teu corpo de guitarra, satisfeito
Rebentar do calor, num fogo imaginário
Criar em nosso colo outro sudário.
Nus e entregues á musica de paixão
prisioneiros de uma aventura errante
Nas planicies da certeza, inquietante
Ser louco, eu mouco, em braços suados.
Onde estavas quando catalogaram a perfeição
Onde andavas quendo sussurraram a tentação
És Deusa em corpo de fogo criado, atiçado
És ilusão Carnal, um olhar espicaçado.
Nobre Fortuna de prazer alado
sorriso de castidade, dado
Fecundo momento em nós
Cale-se agora a voz!
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