quinta-feira, 2 de junho de 2011

Fado cigano de te amar!


Cai a nota da letra cigana
Num dedilhar amargurado
Sob a fogueira em fogo dado
Num acorde a tão nobre dama.

No frio do solesticio em mim
Acorde tocado, poema cantado
Que a ti embalo, dama de marfim
na noite de coração apaixonado.

Rogo que a noite plena, verdadeira
não ouse calar os meus intentos
de uma serenata certeira
Sob as chamas, meus olhos atentos

Teu corpo é uma cândida cipreste
teu olhar é uma loucura agreste
Queimas numa voz encantada
Choras a verdade calada.

Toco de permeio, só para te ouvir
num ritmo morno, para te fazer sorrir
ser preenchido pelo teu encanto
ter nos dedos a razão do teu pranto.

Olhai como te moves, sob a nossa paixão
como em unissono, o fogo e eu te tomamos
dedilhar de forte e louca fantasia
Nesse teu corpo perfeito....Heresia!

Num fim do toque ultimo e perfeito
o teu corpo de guitarra, satisfeito
Rebentar do calor, num fogo imaginário
Criar em nosso colo outro sudário.

Nus e entregues á musica de paixão
prisioneiros de uma aventura errante
Nas planicies da certeza, inquietante
Ser louco, eu mouco, em braços suados.

Onde estavas quando catalogaram a perfeição
Onde andavas quendo sussurraram a tentação
És Deusa em corpo de fogo criado, atiçado
És ilusão Carnal, um olhar espicaçado.

Nobre Fortuna de prazer alado
sorriso de castidade, dado
Fecundo momento em nós
Cale-se agora a voz!



Sem comentários:

Enviar um comentário