sexta-feira, 3 de junho de 2011

Infidelius - Capitulo 7



"Caviar e cereja, em prato dilacerado
Combinação de imenso pecado
No gosto da jovem Ninfa encimado
E depois, nada terá sobrado!" - Rogério Paulo Peixoto
http://rabiscosdealma.blogspot.com/2011/05/teu-prisioneiro.html

A preparação do seu plano de vida não lhe demorara muito tempo. Chegara à conclusão que ali, naquele antro despedaçado pelo ciume e pela cobiça,nunca poderia ser feliz.
Caio crescêra num ambiente totalmente feliz, calmo e radiante. Um lar na verdadeira acepção da palavra, onde as vontades e as ambições de todos convergiam num unico objectivo. Assegurar sempre a estabilidade familiar.
Mas depois, aos seus quinze anos tudo mudou. O pai mudou de emprego, ganhou os primeiros cobres a sério, e paralelamente a mãe esforçava-se por pertencer à elite de algo que ela nunca compreendera e sem perceber bem o que se passava, ele ia atrás, de mão dada, quase arrastado, para jantares de charutos e conversas monótonas e vazias sobre o estado da nação, sobre dinheiros, sobre como conseguir mais dinheiro.
Os fatos, os sorrisos amarelos,as frases circunstâncias aborreciam-no de uma forma tão entediante que pelo cantos dos olhos, julgava ter perdido a mãe aberta e solidária. A mãe atenta e sorridente.
Via agora apenas uma sombra do sorriso que sempre tivera e o rosto fechado de quem se mantinha concentrada em mil e um pormenores.
Hoje o lar era apenas uma amálgama de ruínas, resultado das inumeras traições do seu pai e do abandono sucessivo da mãe à estabilidade do lar, cada vez mais descrente com o marido. O cheiro a divórcio pairava no ar ultimamente, mas caio sabia que nenhum deles se atrevia a quebrar as aparências perante os outros.
É certo que nada lhe faltara e recordava-se da simplicidade do pai quando comprou a Vespa a Marisa. Apenas perguntou:
-Se é isso que queres, então força, eu passo-te um cheque!
-Pode ser em dinheiro?
O pai pareceu hesitar:
-Isso é muita massa. De certeza que queres em dinheiro?
-Preferia.
-Tudo bem, já te entrego. Já vi que realmente queres mesmo essa motita!
Ele não queria a Vespa. Aliás ele nunca gostara de motas,até ao dia em que a sua namorada lhe sugeriu:
-Compra-me a Vespa?
-O quê?
-Vá lá, sabes que eu gosto dela e preciso de a vendêr. Tu eras o gajo ideal para ficar com ela.
-Marisa eu odeio motas!
-Ah,ah,ah. ès mesmo totó. Uma Vespa não é uma mota! É uma curte apenas.
-Mesmo assim....
-Preciso que a compres. - Assentiu com olhar autoritário.
-Mas porque?
-Porque preciso de algo mais potente,.
-Para te matares?
-Não tolinho. Para fugir! - Respondeu com um sorriso rasgado.
Por vezes, recordou Caio com um sorriso, tudo nela era enigmático e digno de um filme de espionagem. outras vezes, tudo era louco, surreal, e outras ainda imoral.
Ele permaneceu uns segundos, debaixo da armação metálica da bancada do Polidesportivo e então como que se fez luz na sua cabeça:
-E vais fugir sozinha?
-Depende. Queres vir?
-Fugir para onde?
-Ainda não comprei um mapa. - Assentiu com escárnio.
Ele tirou um Marlboro do maço, acendeu-o pacientemente com o Zippo prateado e mirou-a com atenção.
Esta era uma das raras vezes que ela assumia aquele ar decidido e furioso. Aquele olhar de quem pode e quer ter o Mundo à sua mercê.:
-Se o vais fazer, terás de o fazer comigo!
-Oh sim, o menino da mamã vai fugir...
-Falo a sério. O meu futuro é o teu! Amo-te sabias?
-Quando partimos?
Caio aproximou-se e beijou-a longamente. Sabia que tinham uma boa meia hora até ao aproximar da hora de saída e congratulava-se por ambos terem abandonado o teste de história praticamente no inicio.
Marisa nunca ficaria a namorar depois das aulas e aquele top verde que ela usava nesse dia, era uma boa alternativa a perguntas sobre o Estado Novo.
-Eu trato disso. Deixa os planos comigo.
-Não. Tu nunca conseguirás fugir.
-Tontinha, se o vamos fazêr, temos de fazer com cabeça tronco e membros. Não queremos que ele te apanhe de novo.
Ante a menção de Nicolas, ela tremeu ao de leve e acenando positivamente a cabeça, concordou:
-Seja como tu queres, mas juro por Deus que se mudares de ideias...
Um dedo indicador pousou delicadamente nos lábios dela:
-Psiuuu. Promessa é promessa e juro-te que nada neste mundo me fará voltar atrás. Amo-te!
Deliciada com o quie ouviu, ela beijou-o, levando as mãos experientesao fecho das calças de ganga justas que ele sempre usava, e metendo levemente a mão, tirou o seu membro  para fora, acaricindo con três dedos suavemente o corpo do seu membro.
-És terrível, sabias? - murmurou ele em desatino.
-Eu sei que gostas e sei que ele gosta tambem.
-Ele?
-Sim. Vê como ele fica duro ao meu toque.
Caio recordou como ela deslizou suavemente até ficar de joelhos, beijando-o e tragando-o, provocando-o e simultaneamente intimidando-o.
Se alguem surgisse era processo disciplinar na certa, mas este era um dos momentos em que ela assumia a faceta de ousada ou descontrolada e que ele nunca encontrara antídoto para a contrariar. Alem do mais, adorava estes mimos.
A compra da vespa proporcionaria a primeira parte do plano concretizada. Ao preço pedido por Nicolas, por intermédio de Marisa, ele acrescentara mais trezentos euros perante o seu pai e assim conseguia a verba destinada à fuga. Semndo em dinehiro era tudo bem mais fácil e nunca na vida o pai saberia o real preço que pagara.
 Seria o seu espólio de fuga, pois se ela  vivia assediada por um crápula, um indivíduo perigoso que enchia de medo o seu dia-a-dia , e foi só após ele um dia ter falado com ela no messenger que se apercebeu do seu terrôr para com o Padrastro. Bastou um trelefonema dele, para a meio de uma conversa entre ambos, ela desligar a net sem uma palavra mais,
Quato a ele nada tinha a perdêr.Provaria que ele possuía maturidade suficiente e arrancaria a sua amada de tão trágico vivêr.
Podia ser algo louco, podia até ser imaturo da parte deles, mas como alguem um dia lhe dissera, esta era a idade certa para se correr riscos e assumir a componente de audácia.
Poderia até ser, mas se o iuria fazer que o fizesse bem feito.
Ponto a ponto o plano foi construido. Marisa conseguiu o dinheiro pela VBespa, comproui a moto que quiz.
Seria o transporte de ambos na fuga, pois além de dar menos nas vistas que um carro, permitiria o uso de qualquer caminho de recurso.
O ponto dois era igualmente importante, pois precisava de uma mais-valia caso o plano de fuga não fosse bem sucedido. Precisava de um plano alternativo.
Como conseguiria ele provas contra Nicolas, a quem pudesse atribuir as culpas, perante a autotidade que fôra ele o causador da fuga?
Iria precisar de Guilherme e de alguns contactos indesejáveis.
Tudo por uma boa causa!


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