sábado, 30 de julho de 2011

Infidelius - Capitulo 10 (parte 3)


Suspiro languido e inaudivel
memórias...exagero comsumível
Minha alma, inerte, bafienta
neste arrepio que me alimenta - Mefistus

Sábado à noite, pouco antes de adormecer, Sofia tomou uma decisão repentina. Disposta a descobrir o que podia de Nicolas, assumiu que teria de ter acesso ao gabinete dele, sem interrupções. Teria que invadir o seu PC e descobrir o que ele fazia horas a fio por dia ali metido.
Tinha metido na cabeça que ele tinha uma amante que escondia quer da mulher dele quer mesmo dela e depois do que lhe sucedera na Sexta-Feira , estava disposta a descobrir tudo dele.
Ou seria ciumes? Sim, ela gostou que ele se tivesse virado a ela, mas o que odiou foi a maneira como ele a fez. Tomado de furia, de perversidade, de loucura. Nenhuma mulher gosta de se sentir usada e para os devidos efeitos tinha sido violada.
A imagem que tinha até então de Nicolas, derreteu-se no calôr do insano estupro e por mais desculpas que lhe desse, não conseguia disfarçar a revolta de nem um sorriso de satisfação lhe ter visto no rosto.
Se ela estava disposta a descobrir tudo, teria de começar antes de ele assumir ao escritório. No fundo, teria que lá ir no dia seguinte, aproveitando o fim de semana e estudá-lo.
Não sabia na verdade o que podia ganhar com tal atitude, mas estava disposta a descobrir.
Não mais ele a usaria e tomaria a seu belo prazer. Não seria mais apanhada desprevenida, mas não seria nunca despedida.
Perdera a virgindade da pior maneira possível e isso iria lhe custar muito mais que dinheiro algum poderia pagar.
Dera-lhe o seu bem mais precioso, oferecera-lhe o sangue da sua primeira vez e acima de tudo ela a tornara vulgar.
-Raios Nicolas, era tão fácil se me tivesses pedido! - Gemeu entre dentes.
Mas o que ele descuidara, ela o lembraria. para todos os efeitos, encontrava-se em possição previligiada, e serenamente teria acesso a todos os documentos perturbadores que ele mantinha. Só teria de salvar uma cópia em Pen e usaria quando fosse preciso.
Teria de o fazer à noite, para evitar ser surpreendida e teria de o fazer rápidamente, contudo sem deixar vestígios. Apesar do seu patrão ser muito zeloso do seu espaço, nunca o fechava à chave depois de sair.
Maquinalmente reviu na mente os passos a tomar e os procedimentos que lhe exigiriam a maior prudência, pois não quereria enervar Nicolas uma segunda vez.
De patrão simpático e cavalheiro, ele passara na sua hierarquia, para apenas um homem que a usara e abusara e que no fundo oigualava a tantos outros que apenas queriam sexo.
De Ser atencioso e compreensivo, passara a ser, aos olhos dela, apenas um homem com problemas e desvios comportamentais é certo, mas acima de tudo uma mina de ouro.
partindo do princípio que ela descobriria os seus pôdres, e com ele bem trabalhado e bem calado, ele lhe ofereceria de bom grato o que ela pedisse pelo seu silêncio.
Afinal, pensou num suspiro, havia sido ele quem a tranformara em mulher e simultâneamente em jogadora. Havia sido ele quem iniciara este jogo perverso de poder e se algo Sofia sabia, é que o poder só tem realmente uma força destruidora se for instrumentalizado com o medo.
O que antes constituira uma vitória pessoal, a sua selecção para aquele emprego, agora mais não era que uma tábua de salvação. Como era ténue a linha que separa a felicidade do desespêro!
Então entre suspiros de cansaço recordou que talvez tinha sido isso que Nicolas vira nela quando a contratara: Uma miuda superficial, iuma jovem fácil e afinal talvez a sua contratação já tivesse inserida a cobertura de violação.
Não percebia até agora porque não sdera luta, porque não evitara. Sabia de antemão que se um dia contasse a alguem seria a primeira pergunta que lhe fariam, e sabia igualmente que ela seria julgada como puta ou algo pior na praça publica.
Mas bem, não cairia no mesmo erro outrta vez. Sentia-se culpada, sentia-se suja, usada e abandonada depois e isso nunca poderia confessar a alguem.
 Com um sorriso ante a proximidade de apanhar em falso o seu usurpadôr, Sofia adormeceu a sonhar com flores.


2 comentários:

  1. Amigo.
    Vim aqui despedir-me, estou de partida para uma pausa merecida.
    Desejo-te tudo de bom.

    Beijinhos

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  2. Que nessa 'pausa' lhe corra tudo bem.
    Espero que retorne a este meu canto e continue a gostar do que aqui vou escrevendo.

    :)

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