terça-feira, 9 de agosto de 2011

Infidelius - Capitulo 12 (parte 4)




"A doçura e o prazer do momento
Em que depois desse tormento,
Serás minha e verdadeira.
Para mim sempre a primeira" - Mefistus


Passado o fim de semana, Nicolas recuperara agora a sua confiança e mantinha-se deliciado pelo aproximar do aniversário de Marisa.
Caio era um problema controlado e em breve seria exterminado, pisado e anulado como uma barata no chão de uma cozinha. Soubera manter Marlene fora dos problemas e do stress nervoso motivado por uma série de contratempos de menor importância e conservara a confiança de Sofia.
Em suma, pensou enquanto caminhava para o escritório, havia sido um bom fim de semana.
Claro que Marisa agora exigia da sua parte um outro cuidado. Sabia que este dia chegaria, o dia em que se fartaria dos seus toques, dos seus beijos, da sua atenção. Sabia igualmente que ela agiria de um modo agressivo ou um tantorepulsivo, embora fosse forçado a aceitar que a reacção dela foi bem maior àquela que ele esperava. Mas isso era devido à debil alucinação desse Caio, em ousar se intrometer nos seus asuntos e na sua relação com Marisa.
De acordo com a informação que dispunha, hoje era o dia em que Caio e Marisa iriam tentar algo. Não sabia bem o que esse algo significava, mas tinha a ligeira impressão de que seria algo leviano, contudo capaz de abalar o capital de confiança que a mãe dela e sua companheira depositava nele.
O engraçado é que sempre que pensava em Marisa, pensava em toda a extensão do seu corpo, pensava nos boxers masculinos que ela sempre usava, pensava nos mamilos duros nas suas mãos, na sua boca.
Como eram perfeitos os seios dela e ele havia sido um sortudo, pois acompanhara-os a crescer, a amadurecer e estava a um dia do seu aniversário, a um dia de finalmente a colhêr.
Mas para que isso sucedesse teria de cortar as pontas soltas e eliminá-las rapidamente.
Nicolas entrou no escritório, piscando distraídamente um olho a Sofia, e não resistiua perguntar
-O que uma rapariga de dezoito anos gostaria de recebêr?
-Flores. - Atirou à laia de provocação.
-Não. Algo mais....intenso...
-Chocolates?
-Então Sofia, a sério. Ajude-me!
Ela olhou-o atentamente e sorrindo confessou:
-Lembro-me que quando fiz dezoito esperava receber Uma noite de prazer, ou uma série de bebidas proibitivas- Afinal é a idade em que tudo passa a ser permitido!
Nicolas soriu de prazer e pareceu deliciado com a sugestão, apressando-se a fechar-se no gabinete, agarrando-se ao telefone fixo , fazendo chamadas consecutivas, repetindo pedidos, repetindo horas. No fundo, estava empenhado em tornar o seu dia mais importante num acontecimento perfeito.
As horas iam passando no correr infindável de tarefas e para espanto de Sofia, Nicolas parecia perfeitamente à vontade, pois habitualmente ele fechava-se até ela se ir despedi, no final da tarde.Contudo, nesse particular dia, vivia num entra e sai e pelo canto do olho reparou que não ligara o computador. Parecia ao invés, que o telemóvel e telefone eram as extensões dos seus membros.
Sofia receava tambem que ele pudesse ter mais umas das suas loucuras, ou abusar de uma relação que nitidamente perdera as fronteiras de secretária/patrão.
Mas apesar de ele interagir com ela, parecia mais concentrado no telemóvel. A certa altura porem, ele atendeu uma chamada, ficando bastante sério e refugiou-se de novo no gabinete:
-Sim, já podes falar, conta-me!
-A miuda está a sair de casa, na mota.
-Sozinha?
-Por enquanto.
-Que direcção toma?
-Vai para o centr.
-Estranho, a escola é para o outro lado Mantenham-me informado!
Nicolas arrumou cuidadosamente o seu Blackberry no bolso e saiu apressadamente para a rua.
O que quer que fosse que os dois tinham pensado, iria acontecer em breve. Teria de ser rápido e eficiente.
No momento em que entrou no carro, dominava-o um sentimento de raiva e de incredulidade. Não esperava que Caio efectivamente ousasse desafiá-lo desta maneira.
Com rancôr admitiu que devia tê-lo eliminado quando soube do seu envolvimento com Marisa e reconhecia agora que subestimara Caio.
Jerome o seu ex-sócio e mentôr, sorriria ante esta atitude de Caio e serviria certamente de base para um dos muitos monólogos irritantes que o velhote Francês usava sobre excesso de confiança.
Curiosamente, recordou o Belga com agrado, foi esse mesmo excesso de confiança que derrotou Jerome.
Nicolas entrou no carro e seguiu para o centro, sempre atento aos sms que recebia do seu espião. Tudo iria ficar resolvido em breve e pelo sim pelo não, apalpou o revólver no bolso direito.
Marisa seria sempre dele, só dele . Ela lhe prometera a entrega total, porque ia agora colocar tudo em risco?
Ele é que era o seu homem. Não havia ele ensinado tudo o que ela precisava de saber para oder dar um grande prazer a um homem? Não fôra ele a ensiná-la como pegar num pénis, como o lubrificar, como o entessoar?
Agora que se aproximava o exame final, ela recusava-se a comparecer? Ingrata, suspirou ele de raiva.
Ele tomou a direcção da Praça Central, onde aguardaria novidades sobre Marisa, enquanto planeava meticulosamente na mente o dia seguinte, pois neste dia agiria por impulso, diante das circunstâncias e diante da gravidade do gesto dos dois.
Ao som de uma estação de rádio generalista, conduziu bem evagar, como que alinhando na sua mente o futuro. O bom da condução na cidade  é que de tão rotineira nos permite pensar em nós mesmos e na vida, matando o tédio da viagem, pensou entre dentes.
Aproximou-se lentamente dos semáforos da Praça Central e não recebêra ainda qualquer noticia sobre o paradeiro final de Marisa, e isso enervava-o um pouco. 
Caindo o verde arrancou , enquanto acabavamais um telefonema rápido para um motel e subitamente recebera um telefonema. Olhou para o visor do aparelho desconfiadamente, não gostava de receber chamadas anónimas e regra geral recusava-as, mas esta podia ser especial.
Acenou negativamente com a cabeça e atendeu.
De início teve dificuldade em perceber o teor da conversa. Do outro lado da linha, uma voz estranha mas com um timbre familiar ameaçava-o. Nicolas tentou identificar em vão o timbre e perceber o que a voz pretendia. Por uma fracção de segundo estacou o olhar no retrovisor e então viu a Vespa. A mesma Vespa que fôra de Marisa, agora com Caio ao volante.
Por segundos ficou estático, sem saber o que pensar, então desligou o telemóvel, sem ouvir o que do outro lado diziam e arrancou disposto a o seguir, não reparando no Ford que o seguia.
-Muito bem Caio, vamos lá brincar um pouco! - soltou num sorriso forçado.
Caio seguia firme na Vespa e Nicolas deu-se por satisfeito por seguir um motociclo. Era bem mais fácil de seguir sem dar nas vistas.
Em breve Caio seria castigado!



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