quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Infidelius - Parte II - Capitulo 10



"Se hoje viesses
Como no primeiro dia
Tudo em nós seria novamente
Amor e alegria
Se teu olhar fosse ainda puro
Tudo seria hoje uma emoção"

Adriana Bugalho: "Menina de Abril"
http://emjeitodeescritaportugal.wordpress.com/2011/08/21/menina-de-abril-de-adriana-bugalho/


Marisa não sabia quanto tempo estivera adormecida, mas subitamente parecera-lhe demasiado tempo. Os olhos encontravam-se fechados, recusando-se a abrirem, ou então estaria vendada. Os pulsos e penras estavam tambem presos e incrivelmente tinha a perfeita consciência que estava nua, tentou falar, mas tambem a boca estava tapada!
Estaria ainda no Hotel com Nicolas? Estaria ele pronto a consumar a "tara" que lhe restava e assim concretizar a sua profecia?
As interrogações martelavam-lhe a cabeça num latejar abrupto nas fontes. Na verdade toda a sua testa parecia querer avisá-la, que dentro da sua mente a explosão era eminente.
Sem a percepção certa de como se portar, tentou mexer os pulsos e pernas, o que acabou por revelar ao seu opositor que se encontrava já desperta.
Por seu turno, Nicolas, tambem ele nu e erecto diante da cama do quarto de hotel, onde a mantinha prisioneira, contemplava com aparente satisfação e desejo o modo como ela se contorcia, tentando soltar os pulsos e tornozelos da  violência.
Era na verdade, uma sensação unica, saber que assim que soassem as doze badaladas a teria como sempre sonhou: Obediente e dócil, entregando-se unicamente a si, reconhecendo-lhe o mérito de ser o "homem da vida dela". Bom, pensou ele esfregando o queixo, não era bem assim que ela estava! Não a conseguiria tomar servilmente,pelo que amarrada seria igualmente entregue a si.
No fundo , não se dava conta que há já alguns par de horas perdera por completo a situação e arquivara qualquer tentativa de razão, que ainda pudesse têr. Na ânsia de ter o seu dia perfeito, pisou e ultrapassou a ténue linha imaginária do bom-senso e agora igualava-se a qualquer violador de rua, como se sempre tivesse sido um desconhecido na vida de Marisa. Como se todos os seus avanços sobre o corpo dela, não fossem as carícias que sempre julgara, mas patamares ou degraus de uma decadência moral, cujo fim, mais não seria que o ultimar do maior crime, que o abuso de confiança familiar pode conferir.
Ele não pensava nisso, aliás, ele não pensava em nada. Nas ultimas horas, tudo o que ocupava a sua mente, era apenas a consumação do corpo de Marisa. O culminar de todo o seu desejo e vontade.
No fundo, talvez tivesse consciência que o seu cérebro já não calculava ou orientava as suas acções, pois era a sua alma negra quem agora tomava conta de todo o seu Ser, transformando-o num autómato. com apenas um unico pensamento! Era um pinóquio, sem grilo falante. 
Na ironia da degradação humana, ele que sempre tivera um Q.I. acima da média, ele que conseguira trapacar Jerome o seú ex-sócio e mestre na arte de enganar, ele que ludibriara toda a polícia Belga e consequentemente todos os que em Portugal cruzaram consigo, encontrava-se agora de membro erecto, contemplando prazeirosamente a sua ninfa, como se ele fosse um gorila e ela um cacho de bananas:
 -Nada temas Marisa, finalmente vais conhecer toda a essência do meu membro dentro de ti . Finalmente terei o eterno prazer de te sentir, de te têr, de me pertenceres...- A sua voz era pausada- Infelizmente não poderás vêr, falar ou reagir, o que confesso não era bem isto que havia planeado durante todos estes anos, mas não deixará de ser marcante!
As suas palavras eram como pedaços de vidro cortante, sistemáticamente enfiadas na sua pele. Ela queria chorar, mas as lágrimas secaram-lhe quando soube da morte de Caio. Tanto lhe fazia agora que ele a estropiasse, que forçasse o seu membro erecto nas suas entranhas, que a montasse como pretendesse, que ela deixou de se importar.Estava inclusivamente grata por ele a ter vendado, pois assim poderia sentir tudo o que ele faria com o seu corpo e simultaneamente transportar a mente para as memórias com Caio.A cada abuso, a cda toque, a cada estocada dele, ela atribuiria imaginariamente a Caio, o amor da sua vida!
Evidentemente que percebia que Nicolas estava louco, diferente, ousado, destemido e mais agressivo e isso sempre a assustava um pouco. Num passado recente  convivêra com a suavidade, descrição e firmeza das mãos dele nela,com a ilicitude tácita dos seus dedos, da sua lingua....Mas agora sabia que seria usada à força, sem consideração ou recato. Deixara de ser a sua lolita, a sua ninfa, o seu fruto proibido para ser apenas uma vagina à sua disposição:
-Terei de me habituar a monólogos, o que no fundo não é uma situação particularmente inédita entre nós dois, mas se estás nesta situação, foi porque a provocaste.
Começou a sentir as mãos dele nos seus seios, apertando-os vigorosamente, sentiu a sua boca nos seus mamilos, a sua língua a descer, na sua barriga, acompanhada de beijos entrecortados por suspiros . Ouviu o som caracteristico dele a se acariciar, apertou os lábios, ao sentir que a atenção do seu padrasto detinha-se na sua vagina, em toques de lingua....Quiz morrer, deixar de respirar, deixar de pensar!
O cérebro humano, devia ter um botão On/Off que fosse possível accionar mentalmente, pensou em desespero de causa.
Em breve tudo estaria consumado e depois....Depois seria o fim dela. Nunca poderia voltar a ser quem era, a convivêr com ele, a esconder-se da mãe. Não, definitivamente era o fim da linha para ela. Ninguem a poderia salvar, ninguem a poderia compreendêr!
A lingua dele descrevia circulos sobre o seu clitóris e os dedos ajudavam à festa, mas vendo que ela não reagia, soltou um curto palavrão, tirou-lhe a mordaça e violentamente introduziu o seu membro.
Ela automáticamente teve vontade de o arrancar à dentada e o cuspir. De o castigar violentamente e o marcar para toda a vida, mas que iria adiantar? Só o enervaria, e inevitávelmente seria a sua fúria recaía sobre ela. Nicolas estava descontrolado, nunca ela o poderia enfrentar assim.
Recebeu-o na boca, como já o fizera antes, em "raids" nocturnos que ele efectuava ao seu quarto, enquanto a mãe dormia confortavelmente.
Como qualquer aluna aprendera a teoria nos filmes hardcore que com ele assistia e na prática esmerava-se para aplicar os seus conhecimentos. Se bem que na verdade as primeiras tentativas haviam sido desastrosas, aos poucos foi ganhando prática e hoje sabia o modo correcto de lhe agradar. Caio tambem gostara, e como um foguete a sua mente partiu para os "flashes"das suas tardes com ele, no chão do seu quarto, na cadeira do se quarto, na cama do seu quarto....
Nicolas grunhia de prazer como um primata com cio, em que mesmo ela com as mãos atadas, dominando a elasticidade dos seus lábos o segurava eficazmente na boca, acariciando-o com a lingua.
Decepcionada, constatou que Nicolas não havia mentido! O seu membro estava já muscolosamente erecto, no ponto Zen para a penetração. Na boca ela apercebia-se do tamanho do seu desejo.
Estava igualmente decidida a não dificultar erm nada o serviço. Só queria que aquilo acabasse o mais rápidamente possível.
Subitamente o som estrdente do telefone tocou e sentiu ele a hesitar, para pouco depois o retirar da sua boca e aguardar.
Um novo toque e outro mais se sucederam:
-Merde.... - Grunhiu ele no seu sotaque belga.
Amordaçando-a de novo, sentou-se na cama e atendeu a chamada num tom àspero:
-Oui?
-Senhor..
-Sim Que passa?
-Lamento perturbar o seu descanso...
-Sim, que se passa. diga de uma vez!
-Eu não queria incomodar, mas...- Apressou-se a desculpar-se o recepcionista..
-Pois já incomodou...
-Peço desculpa por isso, mas está aqui um senhor para o vêr!
-Um senhor?Deve haver engano.
-Não enhor. Ele mencionou o seu nome!
-Mas eu não estou à espera de ninguem! Quem é esse senhor?
-Diz que é um grande amigo seu! Eu vou passar-lhe o auscultador.
-Não, ouça...
-Senhor Nicolas, boa noite!
-Quem...?
-Não me diga que já não reconhece a minha voz?
O rosto normalmente moreno de Nicolas, tornou-se da cor da mármore e passando nervosamente a mão pelos cabelos, proferiu quase sem voz:
-Não pode ser, eu vi-te a cair. Tu estás morto!
-Lamento informá-lo, mas é preciso mais que uma queda para morrer!
-Maldito sejas!
Atirou com o auscultador para o descanso e tentando atabalhoadamente colocar alguma roupa, saiu semi descalço em direcção à recepção.
Tinha um fantasma para matar de vez.
Deitada na cama, em estado de choque pelos acontecimentos das ultimas horas, Marisa praticamente não se apercebeu da conversa, esforçada que estava a tentardesligar-se da realidade daquele quarto, quando sentiu que alguem a soltava.
Sentiu-se a levitar, até perceber que alguem a carregava ao colo, sentiu o caminhar desenfreado de alguns passos no quarto, mas como estava vendada, não conseguiu ver Sofia a recolher uma camera de video oculta no quarto.
Apenas ouviu paasos e mais passos rápidos, ouviu a porta a fechar-se e não ouviu Nicolas, mas na verdade, nada disto fazia sentido e duvidava que pudesse acreditar piamente no qu quer que fosse, mas de alguma forma aqueles braços que a seguravam lhe transmitiam confiança e segurança e então surpreendemente ela voltou a chorar, sem poder saber que Nicolas descia apressadamente a escadaria no sentido oposto.

Sem comentários:

Enviar um comentário