quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Infidelius - Parte II - Capitulo 3 (3)



Larga a minha mão,
desprende-te,
deslaça-te,
desAbraça-te de mim...
Vira a página, arranca a folha,
a escolha foi tua, crua e simples.
Inês Dunas:http://emjeitodeescritaportugal.wordpress.com/2011/06/20/despertador-de-ines-dunas/

Sob a aura de um pequeno-almoço afrancesado, Marisa era uma jovem sorridente, numa desesperada luta de aproveitar ao máximo o seu aniversário.
Teimava em não deixar as suas interrogações ou os seus medos estragar o que ela esperava ser um dia perfeito, apesar de não ser ao lado de quem sonhara, nem tão pouco ser o início de uma nova vida, como francamente ela esperava.
Uma vez mais, havia sido esquecida num canto escuro da prateleira, lá na ultima prateleira da estante, onde as mãos humanas não chegam e onde os anjos ignoram as coisas que para lá são atiradas.
Com um leve sacudir de ombros, enquanto seguia as pisadas de Nicolas, não ouvia minimamente a explicação arquitectónica do excelente café onde haviam tomado a refeição e ao invés, concentrava-se em leves pinceladas na memória do que foi e do que  podia ter sido.
Ela nunca pedira a ninguem que a amasse, nunca se havia atirado nos braços de alguém, nem tão pouco dera alguma chance de esse alguém a magoar.
Agora compreendia que tinha sido infantil, em acreditar no amor eterno, em acreditar que algures neste Planeta havia alguem que a amava e essa pessoa estava disposta a largar tudo por ela....Pois sim!
Não compreendia minímamente, como alguem que se dizia tão apaixonado, que lhe jurava amor eterno, de joelhos se preciso fosse, de repente desaparecia! Covarde!
Mordiscou o lábio inferior, numa tentativa de esconder um soluço e foi-se habituando à ideia que tivera quando este dia iniciou: A ironia desta vida é mesmo esta, Nicolas é o unico homem que se importa comigo. Quero lá saber se me ama ou não...Pelo menos, com ele sei o que esperar e contar.:
-Eh lá, estamos na lua?
-Como?
-Marisa, está tudo bem? - Perguntou Nicolas desconfiadamente.
-Oh sim, desculpa, estava a pensar numa loucura...
-Ah sim?
-Sim. Mas nada demais, apenas um devaneio.
-Essa loucura envolve sexo?
Ela riu forçadamente e apressou-se a esclarecer:
-Então Nick? Nem tudo tem a ver com sexo.
-Ah, logo vi.- Sorriu o padrasto bem disposto.
-Bom e agora?
-Agora vamos para a segunda surpresa do dia!
Num esforço para enterrar a sua melancolia, que teimava em surgir esporádicamente, ela sorriu maliciosamente e ripostou tão rápidamente que até se surpreendeu com tal:
-Essa segunda surpresa envolve sexo?
Colhido de surpresa pela piada , ele riu, enquanto conduzia o veículo para a segunda fase.
Ao longe, do outro lado da avenida, os ramos verdes das árvores acenavam à medida que passavam, fruto do ligeiro vento que se havia levantado e ela não conseguia deixar de pensar que não eram acenos e sim um adeus!
-Até as àrvores se despedem de mim. - Pensou ela entre dentes.
Curiosamente a manhã já ia alta e sentia que a sua boa disposição se dissipava. Bastou ter pensado em Caio, para logo ficar triste.Num gesto irreflectido, agarrou com força a almofada do assento e rezou para que Nicolas chegasse rapidamente ao seu destino.
Sentado ao volante da viatura, toda a guerra psicológica que a sua passageira travava com ela mesma, passava-lhe despercebida. Ele tinha igualmente os seus fantasmas e os seus medos para tentar esquecer.
Por mais que achasse que este dia era diferente, ia percebendo que todo o seu esforço para agradar Marisa, se resumia no seu pensamento, ao acto final. Ao grande objectivo desse dia, levá-la para a cama e pela primeira vez servir-se dela, como sempre desejara, mas nunca o fizera.
Na verdade, ensinara-lhe tudo até então. Tudo o que ela precisava de saber ou fazer para lhe dar prazer. Desde os 14 anos que a treinava diariamente, que lhe ensinara como procurar sob as calças a opulência do seu membro, como descer o fecho das calças, como o soltar, como pegar nele, como o beijar, a posição correcta da boca, o enrolar da lingua....A tudo ela obedecia, sem refilar, sem mostrar receio, sem hesitações.
È certo que nos primeiros tempos tivera de a disciplinar, mas cedo ela percebeu que não lhe restava outra chance que não fosse obedecer-lhe.
Contudo, admitia que tinha sido fácil violá-la. Tinha sido até bastante fácil, penetrá-la, invadindo-lhe a pequena vagina, sodomizando-a, mas ....ele não era propriamente um animal. Ele atribuiu inconscientemente, o cognome de jogo, às manipulações genitais em Marisa, ao sexo oral, à sua subserviência.
Ele sempre fôra um homem paciente e sempre valorizava as suas conquistas. Por outro lado, se ela ousasse ir à policia, as provas periciais negariam quaquer penetração e seria sempre a palavra de uma doida que se masturba em video para um colega de escola, contra a palavra de quem cuida dela.
Olhou de soslaio para os jolhos nus dela, sobressaídos pela roda do vestido e sem se conter, pousou a mão sob o joelho esquerdo, sem desviar o olhar da estrada.
Algumas semanas atrás, a primeira reacção instintiva dela seria a de fechar as coxas, numa tentativa psicológica de defesa, contudo hoje ela não esboçou o minimo gesto.
Ele amava sentir a carne dela frfia sob a sua mão autoritária e exploradora.
Amava sentir-se assim dominante e senhor de tudo. Marisa era diferente da ãe Marlene. Marlene erajá uma mulher vivida, uma conhecedora de certos aspectos do sexo, mas não era Marisa. Não tinha sido ensinada por ele. Com ela, ele limitava-se a fuder e verdade seja dita, ela era merecedora de muito do seu suor e empenho, mas com Marisa era diferente. Cada minuto que passava com ela, a cada toque seu, a sua excitação aumentava. Talvez por saber que não a iria ter nesse dia, ou porque realmente ela se empenhava em o agradar, ou por fim porque Marisa sonhava em rivalizar com a mãe.
Em breve, pensou ele com satisfação, subindo a mão na perna dela, iria prová-la na cama.
Marisa viu a mão dele no seu colo e nem se importou. Estava a ser alvo de atenção e só por si, isso era magnifico. Afastou os jolhos, de forma a mostrar que estava disponível para Nicolas. Recordou-se da primeira vez que abrindo as pernas, ele a beijou, mordiscando-lhe o clitoris, humedecendo-a com a lingua....ela gostara!
Por fim ele estacionou e prontamente a convidou a sair, guiando-a pela escadaria de um sinistro prédio.Não que o edifício fosse velho, mas era terrívelmente escondido.numa artéria pouco movimentada:
-Agora a segunda actividade do teu dia!
Subitamente sentiu-se decepcionada e enganada. Esperava um sitio chique e caro, mas afinal, uma casa amarela. sem letreiros, escondida. Que decepção!
-Que é isto? - Perguntou desoladamente.
-A casa de Marie.
-Quem?
-Vais gostar, estou certo!
O indicador pousou delicadmente sob a campaínha e prontamente uma jovem loira, Ucraniana abriu a porta, sorridente e convidando-os a entrar.Para espanto de Marisa o interior rico e colorido contrastava com o exterior e só quando se sentiu mais confortável reparou na estrangeira.
Alta, de pernas esguias seios volumosos, sorriso rasgado e natural. Exibia com orgulho uma camisa transparente, sem sutiã,  que revelava tudo. Depois uma saia curta, mas colorida que dançava frenéticamente diante do olhar atordoado da aiversariante e descalça.
Atónita. Marisa deu consigo a contemplá-la longamente, sem sorrir, mas sem evidenciar algum sinal de descontentamento:
-Marie irá providenciar uma hora relaxante. Peço-te Marisa que te entregues aos seus caprichos e ao seu profissionalismo. E afinal, uma massagem relaxante pode abrir o apetite. Creio!
Entendeu o jogo, com um leve arquear dos lábios vermelhos, num claro sinal de malícia:
-Julgo então que nos deixarás?
-Mais non, petite fille! Eu assistirei.
-Mas isso não é contra os regulamentos? - Indagou ela mantendo o sorriso malicioso.
-Que regulamentos? Aqui não há regras ou regulamentos. Apenas Marie.
-Ah, compreendo!
E efectivamente a jovem compreendia muito bem. Era mais um jogo, mais uma tentativa de a desarmar, de a marcar, de a embalar nas suas fantasias. Tal como os filmes que assistiam com ela no seu colo, alvo secreto nas suas mãos curiosas e sedosas. Tudo para ele era um jogo, arrancar os limites, desfigurar os medos, desvendar segredos.
O grande problema é que ela mudou. Nada a intimidava ultimamente e cada vez mais perdia a noção do que era certo ou errado. Tudo a que se dispunha neste momento, era a não pensar, a não raciocinar e indiscutivelmente a aceitar todas as jogadas.
Afinal era o seu aniversário, passado com a unica pessoa que desde o início sempre lhe mostrou o que pretendia....Ela, de preferência nua e obediente sob o seu colo.
Como tudo é mais fácil, quando não temos expectativas sobre coisas e pessoas, pensou!
A antiga Marisa provavelmente ficaria nervosa, tímida e introvertida, como um boneco de pelúcia aguardando instruções. Mas a nova Marisa era fogo e sedução. Era a fronteira ténue entre a loucura e a vontade de seduzir.
Indiferente aos olhares carnívoros de Nicolas, deu a mão a Marie e deixou-se guiar para o pequeno quarto, guiada pela jovem anfitreã.
A pequena divisão era contudo um recanto bastante acolhedor onde uma cama de massagens, cuidadamente coberta por um lençol branco, a convidava a deitar-se, rodeada por pauzinhos dponta incasdescente.
De pé ela descalçou-se, sempre encarando a sua anfitreã, como que ignorando por completo a figura do seu padrasto, que se sentava discretamente num cadeirão branco, estratégicamente colocado diante da cama.
Marie sorriu diante do à-vontade da sua convidada, passando as mãos por um fluxo de água, timidamente expelido pela torneira de um pequeno lavatório:
-Que vai ser?-Indagou Marie a Nicolas.
-O melhor que tiveres....Total.
-No Brakes?
-Como te apetecer. Ela alinha!
Marie sorriu docente, passou a mão pela face interrogativa de Marisa e segredou-lhe:
-Podes te despir? - Perguntou ela num Português arranhado.
-Huuu, isto promete!
Deixou cair com leveza primaveril as vestes que ocultavam uma lingerie cuidada e por segundos, Nicolas respirou fundo, contente por não ver o tradicional Boxer masculino.
Diante dos seus olhos o leve corpo da jovem, no mais incálculável feminismo que alguma vez pudesse pensar que ela usaria.
Toda ela era sensualidade e cuidado. Toda ela era sedução e paixão. Toda ela era desejo.
Marisa levou as mãos à calcinha, segurando-a com dois dedos preparando-a para a descer.
Ninguem ordenou que parasse e ela tirou-as com delicadeza, sem se resguardar dos olhrares dos presentes.
Sentia no fundo uma certa excitação, como se fosse a primeira vez que se despia para Nicolas. Aproveitando o auge do momento, virou-se de costas, covidando em silência a sua anfitreã a desapertar-lhe o sutiã, tarefa que ela o fez prontamente, mantendo-o aberto na mão como um troféu.
Sem esperar ordens, deitou-se na marquesa de costas e aguardou.
Marie começa a amar a cena, a disposição da sua cliente e o seu desembaraço. Pegou num toalha e o mais profissional que pôde, deitou-a sob o sexo de Marisa tapando-o:
-Não quero toalha. Ele quer ver tudo! - Sentenciou a jovem apontando para Nicolas.
-Muito bem. - respondeu Marie atirando a toalha ao chão.
Por uns minutos ela ficou parada a observar o corpo de Marisa sob a marquesa,olhou de soslaio para Nicolas como pedindo autorização e despiu-se, mantendo apenas as calcinhas. passou perto de Nicolas, pegando em dois boiões de cremes exóticos e principiou a entornar um de cada vez sob o corpo de Marisa.
Em minutos todo o corpo da jovem cheirava a um misto de baunilha e canela e sofria as investidas dos dedos ágeis da jovem loira, ora na sua barriga, ora nos seus seios, ora nas suas coxas.
As suas mãos eram quentes e decididas, firmes e com pressão sob o seu corpo, como se Marie pretendesse arrancar-lhe a pele subtilmente.
Marisa estava louca, deliciada com o toque ecom a experiência e cada vez que as mãos de Marie se aproximavam do seu sexo, ela abria as pernas, como a convidando a entrar:
-Porque ele não se despe? -Indagou ganhando confiança.
-Porque ele não existe...esquece-o. A menos que queiras.
-Quero.
Com uma habilidade pouco habitual, ela conseguira introduzir Nicolas no jogo:
-Ela quer vê-lo. Dispa-se! -O tom de comando foi ríspido, como que mostrando a Nicolas que era Marisa quem mandava:
-Tudo?
-Põe-no de fora. Isso basta! - Replicou Marisa sorrindo com o poder que lhe fora dado.
Ele levantou-se, desapertou a fivela do cinto, desapertou o botão das calças, baixou o fecho das mesmas e exibiu o membro enrijecido pela visão de Marisa sendo acariciada por Marie:
-Viu, ele está a gostar.
-Óptimo. -Sorriu ela a sentir os dedos de Marie dentro dela.
Com delicadeza e conhecimento ela usava dois dedos em Marisa, metendo a ponta dos mesmos, esperando, tirando voltando a meter cada vez mais fundo. Deitada, Marisa gemia de prazer a cada toque, concentrando o seu olhar em Nicolas.
Beijou varias vezes Marie, não se apercebendo da igualdade dos sexos. Tudo o que ela queria era a lingua dela, no seu sexo em fogo. Marie fez-lhe a vontade.
A agilidade de Marie com a lingua era tão perfeita como com os dedos e ela gemeu mais umas vezes. Voltou a concentrar-se em Nicolas, vendo-o massajar-se frenéticamente:
-Não o deixes vir!Monta-o.
Marie ficou uns segundos perplexa e Nicolas parou, admirado pela atitude mandona de Marisa.
Como ela mandava hoje, Marie sentou-se no colo de Nicolas, tragando-o no seu ventre, escondendo o fálico membro dentro de si, ou melhor, sugando-o como um aspirador, num vai e vem consciente e maciço.
Fascinada pela entrega de Marie,a jovem arrependeu-se de ter deixado a camera no carro. Deixava que os seus olhos captassem toda a acção, que eles se detivessem demoradamente na curvatura perfeita das costas de Marie, nas veias salientes da testa de Nicolas, no olhar flamejante dele por cima do ombro dela a ver o que Marisa fazia com os dedos enquanto os observava.
Observou a perícia de Marie, que no momento certo, abandonou a cavalgada, deixando o sexo dele sair e despedir-se em incontroláveis esguichos de seiva, pulsando insistentemente sob a barriga da Ucraniana e como uma lady, aguardou que ela lhe dese a provar o fogo de seu sexo.
Durante longos minutos, Marisa a provou imitando o modo como ela a tratara de inicio. Dir-se-ia que pretendia colher ao máximo o mel que escorria sobre a sua lingua.
Beijos e orgasmos depois. Marisa vestia-se calmamente, contemplando as marcas de sémen de Noicolas, ainda visíveis no corpo nu de Marie.
Enquanto visionara certos filmes com Nicolas, ela sempre sonhara com uma mulher e agora Nicolas proporcionava-lhe esse sonho.

Perfeitos dezoito anos inesquecíveis, pensou.

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