terça-feira, 9 de agosto de 2011

Viuva Negra



Viuva Negra, a aranha
No tecto, muito Estranha
Descendo num fio de teia
invade o espaço que nos medeia

Vai chegando como lhe apetece
tentando afastar minha prece
eu, deitado, imobilizado
de medo estou paralizado!

a picadela de tal criatura
é a dor que logo perdura
Mortal talvez, me parece
este azar, que a Sorte merece

Não respiro, nem me afasto
estou em meu leito, nefasto
pois a pobre criatura
já está na minha cintura

Sinto as patas peludas
descendo em minhas pernas nuas
sinto o suave tactear
espera a altura de me picar!

DE subito ela se vira,
como se me visse, ela me mira
as garras afiadas,de olho vidrado
Não me mexo, estou paralizado

Um gesto repentino, e ela ataca
prontamente ergue uma pata
Fecho os olhos, grito em Pranto
Aracnofobia, sofro tanto!

Sabia que ia ser assim
Um insecto peludo e nefasto
Me escolhera para repasto
Seduzia para se livrar de mim

Um indicador levantado
Merda afinal sou Homem!
Num gesto irado, um sopapo
Sem barulho, que outros dormem

Atormentada por minha reacção
Lá vi, a coisa peluda
a abandonar a tentação
só o meu medo perdura

Vai-te criatura vil
volta para o teu covil
dominei meu medo
sobrevivi a meu credo

2 comentários:

  1. Muito bom. Bela poesia! Vamos lendo, apreciando e imaginando o ataque sombrio, o medo, o arrepio...

    Tudo é poesia.
    Bjs

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  2. Luiza,
    o quanto me honra seu comentário, sua apreciação!

    Um muito obrigado.

    Espero ver seus comentários por aqui mais vezes, julgo ser positivo :)

    Beijos e boa semana :)

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